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Comissão de Diversidades do Campus Bela Vista promove oficina de bonecas africanas para conscientizar sobre racismo

Publicado por: Campus Cuiabá - Bela Vista / 5 de Maio de 2023 às 06:54

Os estudantes do 1º e 4º semestre do Curso Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Cuiabá – Bela Vista participaram nesta quinta-feira (4) de uma oficina especial sobre confecção de Bonecas Abayomi. A ação foi realizada pela Comissão de Diversidades do Campus durante as aulas dos professores Itamara dos Anjos, Andreza Leria e Caio Cesar Souza, membros da comissão. 

De acordo com a presidenta da Comissão, Gabriela Borges, a ação tem por objetivo tratar de forma pedagógica as questões acerca de negritudes e as diversas formas de expressão do racismo. 

A Comissão de Diversidades convidou como parceiro o Coletivo Negro Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que realizou a oficina. “Entramos em contato com o coletivo que trouxe essa ideia da confecção das bonecas ressaltando a importância histórica e simbólica que a boneca Abayomi carrega, com o objetivo de sensibilizar os estudantes a respeito desse tema”, disse Gabriela. 

A oficina foi ofertada pelos membros do Coletivo Daiane Silva Ferreira e Rodolfo Rodrigues, ambos estudantes da UFMT. Daiane abriu o diálogo com os alunos do IFMT falando sobre a questão da negritude e formação da identidade, enquanto Rodolfo foi responsável por ensinar sobre a história das bonecas Abayomi. 

“O coletivo negro universitário completou 10 anos de fundação com o intuito de aprofundar as discussões étnico-raciais no campo universitário. Mas não apenas isso, atuamos também fazendo formações, políticas científicas, promovendo palestras, encontros e grupos de estudo. Para organizar as atividades nos reunimos para definir todas as necessidades para esta ação e realizamos um estudo prévio do arcabouço literário que possuímos sobre o assunto”, comentou Rodolfo. 

RAÍZES AFRICANAS 

As bonecas Abayomi representam um símbolo de resistência surgido no passado escravagista do Brasil-colônia. Para acalmar seus filhos durante as viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção.

As bonecas ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. Elas se tornaram um símbolo de resistência e afeto na luta pelo fim da violência racial. 

Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.

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