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Aula de campo oferece vivência no Mangueiral do bairro São Francisco

Publicado por: Reitoria / 6 de Junho de 2022 às 15:33

A aula de campo teve como mote a reflexão sobre os espaços de culturas que existem na cidade.

Estudantes da Especialização “Estudos e Práticas de Culturas”, oferecido pelo campus Cuiabá Bela Vista, participaram de uma aula com o Grupo Siriri Elétrico, no quintal do Mangueiral no bairro São Francisco, em Cuiabá. Conhecimentos sobre o Siriri e o Cururu foram compartilhados pelo professor, compositor, cantor e cururueiro Thomas Flaviano, 55 anos, e por integrantes do grupo Siriri Elétrico no sábado, 28 de maio de 2022. 

O professor aproveitou para contar um pouco sobre a história de sua família e a do grupo Siriri Elétrico. Os participantes do grupo se apresentaram e responderam perguntas que versaram sobre o universo escolar, vida cotidiana e sobre as vivências deles no Quintal do Siriri Elétrico. 

Flaviano abordou sua trajetória nos palcos, sua vivência acadêmica e familiar e a construção do Quintal “Mangueiral do bairro São Francisco” como lugar de cultura em Cuiabá. A aula teve como mote a reflexão sobre os espaços de culturas que existem na cidade.

“E também perceber que a educação do corpo cuiabano se dá de várias formas e em vários lugares, como por exemplo, através da musicalidade do cururu, do bailar do corpo no siriri e das afetividades estabelecidas no quintal”, afirma o professor.

“Isso é demonstrado quando os integrantes do grupo afirmaram que é importante estar no quintal por estar em um coletivo, para desenvolver valores como respeito, paciência, companheirismo, responsabilidade, sentimento de coletividade, escuta, responsabilidade ambiental, para movimentar o corpo, aprender sobre a cultura cuiabana e pertencimento cultural”, reforçou a docente do IFMT, Itamara Oliveira. Foi relatado, ainda, o orgulho sentido ao dançar o siriri em vários espaços, desde escolas até apresentações para autoridades de outros países.

Neto de cururueiro, Flaviano aprendeu com os pais, Maria Antônia e Manoel, o amor e dedicação ao siriri e cururu. Esse amor transbordou para a necessidade de buscar aperfeiçoamento do trabalho que já realizava na música. Para ele, siriri e cururu é música, é dança, é expressão artística e cultural. E assim foi cursar Música na UFMT e hoje trabalha em escolas. 

Durante seu percurso profissional e atento às experiencias vivenciadas por ele, bem como as que os outros grupos passaram, trouxe para o Siriri Elétrico a formalização do trabalho, entendeu que era necessário “desfolclorizar” a cultura dos quintais cuiabanos.

“E como resultado dessa ação indica o esmaecimento dos preconceitos envoltos em utilizar a viola de cocho como instrumento de trabalho e que pode, assim, ser levado para todos os lugares, desde as periferias das cidades até a parte central e comercial da cidade”, aponta Itamara.

Pode se destacar como grande contribuição social para a comunidade onde está inserido o quintal, o projeto que ensina musicalização a partir do siriri e cururu em duas escolas da região: EMEB “Prof. Onofre de Oliveira”, no bairro Pascoal Ramos e EMEB “Francisco Pedroso da Silva”, no bairro São Francisco.

Thomas Flaviano revela que no princípio havia certo receio sobre a potencialidade do projeto, afinal, causava estranhamento algo aparentemente tão comum, o siriri e cururu, estar no espaço educativo da escola, servindo como base na Educação formal. Mas quando se percebeu que o siriri e cururu educa o corpo cuiabano e por isso pode estar em todo o lugar, inclusive na escola, o receio foi substituído pelo contentamento e a valorização das atividades realizadas dentro do projeto e as crianças, principais beneficiárias, participam com alegria.

Um pouco sobre o Cururu e o Siriri

Flaviano explica que é comum a organização da apresentação de siriri ser organizada do seguinte modo: 8 casais, 2 homens cantando na 1ª e 2ª voz e o coro das mulheres com 1ª e 2ª voz e demais que estiverem disponíveis para cantar (e irão compor a 2ª voz também). É importante seguir essa formação pois é Siriri, não é outra dança e por isso precisa continuar o que vem sendo construído por gerações.

Outra observação é que o Cururu não é cantado de modo desafinado, tem desenho melódico e todos prestam atenção ao canto. Os versos são improvisados e acompanham a toada que é feita com a viola. Os temas das músicas são os mais diversos, mas que envolvem o cotidiano das pessoas, como as relações amorosas, os quintais, a vida cotidiana do trabalho, a natureza e nossa cidade, Cuiabá.

Os instrumentos utilizados em uma função de siriri e cururu são as violas de cocho, o ganzá e o mocho.

  

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