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VII Jenpex BLV: Palestra de abertura aborda democracia e políticas antirracistas

Publicado por: Campus Cuiabá - Bela Vista / 17 de Novembro de 2022 às 14:56

“Enquanto houver racismo, não haverá democracia”. Com esta afirmação contundente, a professora Marilane Alves Costa conduziu a sua palestra durante a VII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Jenpex 2022) do IFMT Campus Cuiabá – Bela Vista. Marilane foi a professora convidada para a palestra de abertura do evento que ocorreu na manhã desta quarta-feira (16), com o tema "Os ventos da democracia que colorem a educação de esperança: das lutas do movimento negro às políticas públicas antirracistas".

Marilane Alves é pedagoga e mestra em Educação, na linha de Movimentos Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Possui especialização em Administração da Educação Pública também pela UFMT. Ela é professora do IFMT desde 2008 e representante do Núcleo de Estudos em Relações Étnico-Raciais, Indígenas e de Fronteira Maria Dimpina, também do do IFMT. 

Durante a palestra, a professora relatou o histórico de lutas do movimento negro desde os quilombos até os dias atuais, demonstrando a necessidade da organização popular para resistência e para construção de políticas públicas emancipadoras. Desta forma, ela costurou um vínculo entre a questão racial e a luta pela democracia, culminando com o período atual, em que a sociedade se depara com o avanço de movimentos fascistas. Para a palestrante, o entendimento dos processos históricos deve ser realizado com ênfase no pensamento científico. Apenas desta forma se compreende a realidade, e se motiva os estudantes a se aprofundarem no conhecimento.

Após a palestra, Marilane fez uma fala pública sobre a sua participação no evento. “Começamos com o Canto das Três Raças, de Clara Nunes. Depois falamos brevemente sobre o que se ouve falar da questão racial e da democracia (um percurso histórico, na verdade, onde Anísio Teixeira e Clóvis Mora foram referência). Falei das lutas do Movimento Negro desde a escravatura, no Século XX e depois especial atenção para as conquistas do Século XXI e as cotas. Por fim falei da luta de classes, dos retrocessos, do fascismo, dos crimes de ódio, da pós-verdade e das tarefas colocadas para os jovens estudantes: estudar, estudar, estudar, se organizar, pluralidade de ideias, denunciar, lutar pela ampliação das cotas e de outras políticas públicas, assumir a luta antirracista como uma tarefa de todos. [...] Fazia muito, muito tempo mesmo que não me sentia tão realizada assim”.

Para a presidenta da Comissão Permanente de Diversidades e Relações Étnico-Raciais do Campus Bela Vista, Gabriela Borges Barbosa, a palestra foi motivadora. “É de extrema importância que o estudante se compreenda como protagonista do processo de construção das políticas públicas. Para isso, se organizar é fundamental, seja nas instâncias da instituição, no movimento estudantil ou na comunidade”, destacou.

Ao final da palestra, a professora doou os seguintes livros para a Biblioteca do Campus Cuiabá – Bela Vista, que ficará à disposição da comunidade acadêmica: "A pequena burguesia negra cuiabana (um estudo sobre a formação de sua consciência política)" de sua própria autoria, fruto da sua pesquisa de mestrado, e o volume 1 da coleção do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira Maria Dimpina Lobo Duarte (NUMDI) do Instituto Federal de Mato Gruosso, intitulado "Fronteira Plural - Tratado antirracista, representações e resistências em Mato Grosso". 

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