Uma parceria firmada entre o IFMT Campus Cuiabá – Bela Vista e a Sociedade Hípica Cuiabana viabilizou a implantação de um Centro de Equoterapia destinado ao atendimento gratuito de pessoas com Deficiência (PcD), tanto da comunidade interna quanto externa ao campus, por meio do acesso a tratamentos terapêuticos inovadores e atividades esportivas inclusivas.
O projeto “Amorequo” busca a promoção da inclusão social aliada ao desenvolvimento comunitário e regional. Ao implantar o Centro de Equoterapia, o IFMT contribui de forma direta para o fortalecimento da comunidade local, atendendo a uma demanda específica de inclusão de pessoas com deficiência e promovendo o bem-estar biopsicossocial desses indivíduos.
As atividades já estão na terceira semana. O projeto está atendendo 32 crianças de 4 a 14 anos com necessidades especiais, oferecendo terapias assistidas por cavalos e práticas de hipismo, com foco em modalidades como três tambores, visando a inclusão e o desenvolvimento físico, emocional e social dos participantes.
“O objetivo é promover o desenvolvimento biopsicossocial das pessoas atendidas, ampliando sua autonomia, autoestima e interação social, além de complementar o tratamento de indivíduos com diversos tipos de deficiência ou dificuldades de concentração, utilizando atividades que aliam benefícios físicos, psicológicos e emocionais”, afirma o coordenador, professor Dorival Costa.
A exclusão de pessoas com deficiência das práticas terapêuticas e esportivas que favorecem seu desenvolvimento tem um impacto direto no processo de socialização, autoestima e autonomia dessas pessoas, além de dificultar o acesso a oportunidades de tratamento que podem melhorar significativamente sua qualidade de vida. O impacto é ainda mais profundo em contextos socioeconômicos mais vulneráveis, onde a falta de políticas públicas e serviços adaptados é uma realidade constante.
Por isso, o público-alvo dessa iniciativa são pessoas com deficiência, residentes no bairro Bela Vista e regiões vizinhas, com idades variadas e que necessitam de apoio terapêutico e esportivo. O público é formado por alunos do IFMT e moradores da comunidade, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social e econômica.

A mãe do estudante João Marcelo, de 11 anos diz que o filho perdeu rapidamente o medo inicial dos cavalos e já conta os dias para chegar o momento das sessões de equoterapia.
“Ele está ótimo, empolgado, se sentindo seguro. O pessoal é muito carinhoso e atencioso. Para uma mãe é muito bom saber que seu filho está sendo bem cuidado, por isso eu não tenho palavras para agradecer esse convênio,” afirmou Kênia. “Só quero falar pra outras crianças que não precisam ficar ansiosos e com medo [dos cavalos] porque é muito bom,” completou João.
Outra mãe pra lá de feliz é a Edilaine Rodrigues, moradora da região do CPA. Agora o pequeno João Lucas, de 5 anos, autista nível 2 de suporte, que adora animais e chegou a participar de um projeto em Várzea Grande está fazendo as sessões bem mais perto de casa.
“O João adora andar a cavalo. E está sendo ótimo para ele, na questão da calma, da postura. Hoje mesmo ele estava se sentindo bem agitado. Então foi muito bom ele ter conseguido essa vaga para uma terapia que equilibra, que acalma e traz tantos benefícios,” assinalou Edilaine.

